Café pra alimentar a alma

Quando vamos escolher quais cafés comprar para o Feito a Grão, participamos de mesas de provas que reúnem cafés de todas as origens brasileiras. É o que chamamos “cupping”.
Em setembro de 2014, na IX Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte, estávamos selecionando os que iriam ser os nossos primeiros microlotes. Estávamos ficando tensos, pois já havíamos provado mais de 80 amostras e nenhuma havia se destacado de forma a nos convencer de que se tratava de um café diferenciado. Já estávamos quase desistindo e pensando nas mesas de provas do próximo dia quando uma amostra sobressaiu-se. E muito.
Desde a fragrância inicial do café moído, antes de colocar a água, até as últimas colheradas, quando a bebida já está esfriando, este café manteve sabor e equilíbrio bem superiores a todos os outros. Procuramos o contato dos produtores, que nem sempre estão presentes nestas provas. Felizmente eles estavam, ou melhor, elas estavam. Assim conhecemos Maria Aparecida Milagres Miranda e Andreia Milagres Miranda (mãe e filha), que estavam bem ali ao nosso lado. Para encurtar a história, arrematamos as 12 sacas (720Kg) do lote que elas haviam separado para o evento e que acabou ficando em 7º lugar na votação geral do evento, feito obtido novamente em 2015.
 
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Neste ano, em nosso Coffee Hunting , resolvemos visitar a família Milagres Miranda em seu sítio, o Santo Antônio do Prado, em Araponga – MG. Foi lá que conhecemos também o seu Édio Miranda, responsável maior por este incrível café. Ficamos encantados com o cuidado e a dedicação ao café de toda a família. Não foi nenhuma surpresa tomar conhecimento dos vários prêmios que já receberam, inclusive da Illy Café, em que ficou em 1º lugar por duas vezes.
Passamos dois dias maravilhosos no sítio e encomendamos inicialmente 10 sacas desta safra, que está ainda melhor que a do ano passado.
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É este café que estamos te oferecendo agora. O Santo Antônio do Prado, já tradicional no Feito a Grão, safra 2015/2016. As características deste grão são a sua alta doçura, acidez cítrica deliciosa e notas de frutas vermelhas. Mas o que nos deixa maravilhados neste café é o equilíbrio e maciez. Dá até vontade de cometer um plágio e chamá-lo de “o café que desce redondo”.
Como já conhecemos bem este grão, aperfeiçoamos a torra e acreditamos que conseguimos atingir o ápice do sabor e aroma. É um café feito com todo esmero desde a planta. É um café pra alimentar a alma!
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Marcelo Szporer